Estados da Alma

   Talvez, observar, seja minha atividade preferida. Sabe quando você fica em silêncio, apenas conversando com você mesmo e olhando o mundo ao redor? Sabe quando parece que tudo está em câmera lenta, e a essência das coisas saltam aos olhos e aos sentimentos? Aquela música de fundo que, mesmo no volume máximo (o que não recomendo), parece estar abafada pela necessidade de alimentar a alma em profundos pensamentos. Quando qualquer palavra audível soa como aquele alarme estridente de segunda-feira.
    Não é tristeza, é só ... pensar. Puro e simples pensamento. Observar e pensar na vida. Não importa realmente o que se olha, apenas QUE se olha. É um refletir sem foco, um escutar sem ouvir, um abster-se de tudo. É um momento onde você encontra a si mesmo perdido no deserto de pensamentos. Quando tudo o que importa é que não importa. Onde tudo é calmaria e só se ouve sua própria voz em pensamento como o farfalhar das plantas em uma brisa.
   É um momento totalmente subjetivo, todo seu. Onde o único palestrante e ouvinte é você. Um lugar que ninguém tem acesso. Ali e só ali, você é você mesmo. E é nesse momento em que você pode se despir de toda falsidade mundana pois sabe que ali, só você pode se ver.
   Considero esses momentos de reflexão tão importantes na vida, talvez mais do que um divertimento em grupo, com amigos ou familiares. Para sermos quem realmente somos, nesse mundo louco onde as pessoas, em sua maioria, só interpretam personagens, precisamos nos encontrar, nos achar, nos conhecer. Esse autoconhecimento só pode ser, talvez não totalmente, alcançado nos voltando a nós mesmos. Esses momentos em que chamamos "pensar na vida", são mais importantes do que consideramos, e muito mais necessários do que pensamos.
   Pense nisso, "aí com os seus botões" ...

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